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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ESTE É O NOSSO BÁSICÃO EM TEOLOGIA PARTE 8

SOTERIOLOGIA: DOUTRINA DA SALVAÇÃO


1. Graça: É o poder dinâmico de Deus que provêm imerecidamente para capacitar o homem a desejar e fazer a Sua vontade (Fp.2:13; Ico.1:4,5; IITm.1:9; Tg.1:18; IICo.3:5; Hb.13:21; Is.26:12; Jr.10:23; Pv.16:9; 20:24; ICo.15:10).

2. Predestinação: É o conselho ou decreto de Deus concernente aos homens decaídos, incluindo a eleição soberana de uns e a justa reprovação dos restantes (Rm.8:29,30; 9:11‐24; Ef.1:5,11).
Os dois aspectos da predestinação são:
(a) Eleição: É o ato eterno de Deus pelo qual Ele, em seu soberano beneplácito, e sem levar em conta nenhum mérito previsto nos homens, escolhe um certo número deles para receberem a graça especial e a salvação eterna.
(b) Reprovação: É o decreto eterno de Deus pelo qual Ele determinou deixar de aplicar a um certo número de homens as operações de sua graça especial, e puní‐los por seus pecados, para a manifestação da sua justiça. Os dois aspectos da reprovação são preterição e condenação.
PENSAMENTO: A soberania divina e a soberania humana certamente são contraditórias entre si, mas a soberania divina e a responsabilidade humana, não. (F.H. Klooster)

3. Vocação: Vocação ou chamada é o ato de graça pelo qual Deus convida os homens, através de Sua Palavra, a aceitarem pela fé a salvação providenciada por Cristo. (ICo.1:9; ITs.2:12; IPe.5:10; Mt.11:28; Lc.5:32; Jo.7:37; At.2:39; Rm.8:30; ICo.1:24,26;7:15; Gl.1:15; Ef.4:1;4:4; IITs.2:14; IITm.1:9; Ipe.2:9;5:10).

4. União: É a ligação íntima, vital e espiritual entre Cristo e o Seu povo, em razão da qual Ele é a fonte da sua vida e poder, da sua bem‐aventurança e salvação (Ef.5:32; Cl.1:27).

5. Regeneração: É o ato de Deus pelo qual o princípio de uma nova vida é implantado no homem, e a disposição dominante de sua alma é tornada santa. É a comunicação de vida divina à alma, que implica numa completa mudança de coração (Ez.11;19; 18:31; 36:26; Jr.24:7; Rm.6:4; Ef.2:6; Cl.2:12; Jo.5:21; Jo.6:63;
10:10,28; Rm.6:11,13; IJo.5:11,12; Ef.2:1,5; Cl.2:13; IIPe.1:4; Jo.1:12; 3:3,5; IJo.3:1).

6. Conversão: É o ato exterior, visível e prático da salvação operada na vida do pecador regenerado (Lc.22:32).
Os dois aspectos da conversão são:
(a) arrependimento: é o aspecto negativo da conversão, porque implica no abandono do pecado e em dizer não para as coisas pecaminosas.
(b) fé: é o aspecto positivo da coversão, porque implica em voltar em direção a Deus e em dizer sim para a sua palavra.

7. Arrependimento: É a mudança voluntária e consciente, produzida na vida do pecador, efetuada pelo Espírito Santo, a qual atinge sua mente, seus sentimentos e conduz o pecador ao abandono voluntário do pecado (Mt.21:28‐30; IICo.7:9,10).



8. Fé: É um firme e seguro conhecimento do favor de Deus, para conosco, fundado na verdade de uma promessa gratuita em Cristo, e revelada às nossas mentes e seladas em nossos corações pelo Espirito Santo (As Institutas, III, 2,7, Calvino).

9. Justificação: É um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei estão satisfeitas a favor do pecador (At.13:39; Rm.5:1,9; 8:30‐33; Ico.6:11; Gl.2:16; Gl.3:11). Na justificação estão incluídos o perdão, a adoção, a substituição vicária e a imputação.
Os dois aspectos da justificação são:
(a) Remissão ou Perdão (aspecto negativo/a dívida é anulada): É o resultado da morte de Cristo e se dá por meio da substituição, na qual, Cristo nosso Cordeiro Pascal se oferece para morrer em nosso lugar.
(b) Adoção (aspecto positivo/o crédito é imputado): É o resultado da ressurreição de Cristo e se dá por meio da imputação, na qual a justiça de Cristo, que dá o direito legal à adoção, é imputada ao crente. A regeneração opera uma filiação moral enquanto que a adoção opera uma filiação legal.

10. Remissão ou Perdão: É o aspecto negativo da justificação, pois quando Adão pecou, ele foi condenado pelo que fez de errado (iniquidade), como também pelo que deixou de fazer de certo, errando o alvo (pecado). Adão, então pecou por ação (iniquidade = pecado consciente, voluntário, transgressão) e omissão (pecado, leia IJo.3:4). Cristo em sua obra vicária corrigiu os erros de Adão, obedecendo passiva e ativamente, negativa e positivamente os mandamentos de Deus, pois a lei inclui mandamentos negativos (não adulterarás, etc) e mandamentos positivos (amarás a Deus, etc). O perdão é, portanto o ato judicial de Deus pelo qual ele concede ao pecador, na cruz, os benefícios resultantes da obediência passiva de Cristo. O perdão é resultado da morte de Cristo enquanto que a adoção (o aspecto positivo da justificação) é resultado da ressurreição de Cristo (Rm.4:25). Na morte Cristo aniquilou o pecado, na ressurreição trouxe justiça. O perdão é operado mediante a substituição, a justiça é concedida por meio da imputação. O perdão é concedido na cruz. A justiça é imputada no tribunal de Deus (IPe.3:18).
NOTA: Remissão não é o mesmo que redenção. Veja redenção no item 17.

11. Adoção: É o ato judicial de Deus, resultado prático da regeneração, pelo qual Ele declara seus filhos emancipados e herdeiros da vida eterna (Tt.3:7). Adoção não deve ser confundida com regeneração, pois na adoção Deus coloca o pecador que já é seu filho regenerado na posição de filho adulto. Na adoção não há transformação interior (moral). A adoção não muda o interior do pecador, muda a sua posição perante Deus. Deus não adota pecadores não regenerados, Deus só adota aqueles que já são seus filhos.

12. Imputação: É o ato de Deus pelo qual Ele debita meritoriamente na conta da humanidade o pecado de Adão, e judicialmente na conta de Cristo o pecado da humanidade, e gratuitamente na conta da humanidade a justiça de Cristo.
Imputação significa "debitar", "atribuir responsabilidade" ou "lançar na conta de alguém". Paulo ensina esta doutrina quando assume a dívida de Onésimo. Do mesmo modo Jesus Cristo tomou a nossa dívida (Fm.18,19).

13. Substituição: É o ato judicial de Deus pelo qual Ele pune os pecadores pelos seus pecados, provendo um substituto qualificado, sobre o qual recaiu todo o pecado e a culpa imputados à humanidade por causa do pecado de Adão (Is.53:4‐7; Ico.5:7).
Um substituto qualificado deveria possuir:
(a) Perfeita Encarnação: deveria ter natureza humana completa para poder representar adequadamente a humanidade (Hb.2:14‐17; 5:1; Jo.1:14).
(b) Perfeita Identificação: deveria ter uma profunda identificação com o sofrimento humano (Hb.4:15; Hb.2:18; Hb.5:2,3). A nossa identificação com Cristo é tão perfeita que somos identificados com Ele na sua morte (Rm.6:3; Cl.2:12).
(c) Perfeita Santidade: Um homem comum não seria um bom representante da raça humana. O substituto deveria ser santo, inocnete, sem mácula, separado dos pecadores (Hb.7:23‐27). Um mortal comum não poderia salvar ninguém, pois sendo mortal, não se salvaria nem a si mesmo.

14. Santificação: É a graciosa e contínua operação do Espirito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.

ESQUEMA DA SALVAÇÃO
Espírito Alma Corpo
Tempo Passado Presente Futuro
Em relação ao pecado
Penalidade (Jo.5:24)
Poder (Rm.6:14)
Presença (ICo.15:54,57)
Em relação ao pecador
Justificação Regeneração (Rm.1:4; Ipe.1:2; Rm.5:16;IITs.2:13)
Santificação (Tg.1:21,22; IITm.3:15)
Redenção (Fp.3:21)
Ocasião
Morte e ressurreição de Cristo
Do novo nascimento até o encontro com Cristo (Fp.1:6)
Arrebatamento ou 2ª Vinda de Cristo (ICo.15:52,53)

15. Perseverança: É a contínua operação do Espirito Santo no crente, pela qual a obra da graça divina, inciada no coração, tem prosseguimento e se completa, levando os salvos à permanecerem em Cristo e perseverarem firmes na fé. A perseverança representa o lado humano (Jr.32:40; Sl.86:11; 37:28‐31).

16. Segurança: É a garantia eterna e imutável da salvação, iniciada e completada por Deus, no coração dos regenerados. A segurança representa o lado divino (Sl.89:28‐37).

17. Redenção: É o ato gracioso de Deus pelo qual Ele liberta o pecador da escravidão da lei do pecado e da morte (Rm.8:1,2), mediante o pagamento de um resgate (Rm.6:20‐22; Ico.6:19,20; IPe.1:18,19; Ap.1:5; 5:9; Gl.4:1‐7).
(a) A Necessidade da Redenção:
Todas as criaturas humanas da terra pertencem a Deus (ICo.10:26; Sl.50:12) mas não são todas de Cristo (Rm.8:9). O homem só se torna propriedade exclusiva de Cristo mediante a obra da redenção (ICo.6:19,20; Hb.2:13‐15). O mundo (sistema) é de Satanás (Lc.4:6; Ijo.5:19) e as criaturas humanas que estão no mundo pertencem à ele (At.26:18; Mt.12:30; Mc.9:40; Lc.11:23), por isso era necessária a redenção, para que através de Cristo Deus resgatasse (comprasse) do mundo os que viriam a crer nele, para que através da redenção passassem a pertencer a Cristo (Jo.15:19; 17:14; 18:36; Cl.1:13). Se um homem ainda não foi redimido, embora sendo criatura de Deus, continua sendo filho do Diabo, do qual é ele escravo (Jo.8:44). Somente os filhos de Deus são verdadeiramente livres (Gl.2:4; 5:1; Rm.8:21; IICo.3:17).
(b) A Natureza do Redentor:
Deveria ser parente próximo da vítima: Era ele, o redentor (goel no hebraico) quem deveria resgatar o sangue da vítima assassinada (Nm.35:19‐34; Js.20:3‐5); era ele quem deveria resgatar a possessão da família que fora vendida (Lv.25:24,26,51,52; Lv.27:13,15,19,20,31; Jr.32:7); era ele quem deveria resgatar a pessoa cujo empobrecimento forçou‐a a se vender a um não judeu (Lv.25:47‐49). Em Ezequiel 11:15 a expressão "os homens do teu parentesco" significa "os homens da tua redenção".
O Redentor deveria preencher certos requisitos:
(1) deveria ter parentesco do escravo a ser resgatado (Rt.2:20; 3:9,12; 4:1,3,6,14);
(2) deveria ter meios com que pagar o resgate (Rt.4:6; Sl.49:7‐9); (3) deveria querer efetuar o resgate (Rt.4:4; Rt.3:13; Rm.5:7); (4) deveria ser livre e não podia ser um escravo, um escravo não podia resgatar outro escravo.
(c) Cristo é o Nosso Redentor:
(1) Ele se fez nosso parente próximo (Hb.2:14,15; Fp.2:7);
(2) Ele pagou com seu sangue (At.20:28; IPe.1:18; ICo.6:20);
(3) Ele nos resgatou voluntariamente (Jo.10:17,18);
(4) Ele não tinha pecado (Hb.5:15; IICo.5:21).

18. Reconciliação: É a operação graciosa de Deus pela qual Ele reconcilia os pecadores consigo mesmo, por meio da morte de Jesus Cristo, removendo a inimizade (IICo.5:18‐21; Cl.1:20‐22). O termo usado no antigo Testamento para reconciliação é expiação.
Os dois aspectos da reconciliação são:
(a) Expiação: A reconciliação (no grego = katallagê) tem seu aspecto negativo na expiação, que enfatiza a morte de Cristo para o perdão dos pecados em relação ao homem. (A justificação possui aspectos semelhantes a reconciliação: É negativa e positivamente considerada: (a) Perdão e (b) Adoção). A expiação é a remoção da causa da inimizade do homem (Rm.5:10). Na expiação a fraqueza, a impiedade e o pecado (mencionados em Rm.5:6‐8), fatores causadores da inimizade são removidos. Portanto expiação é o cancelamento da fraqueza (Rm.5:6), da impiedade (Rm.5:6) e especialmente do pecado (Rm.5:8; Ijo.1:29; At.3:19). Na expiação a ação se dirige para aquilo que provocou o rompimento no relacionamento, e se ocupa com a anulação do ato ofensivo.
(b) Propiciação: É a reconciliação em seu aspecto positivo, e por isso vai além da expiação, pois enfatiza a morte de Cristo em relação a Deus. Na propiciação a ação se dirige para Deus, a pessoa ofendida. O propósito da propiciação é alterar a atitude de Deus, da ira para a boa vontade e favor. Na propiciação é a ira que é removida (Rm.5:9,10) e a amizade de Deus é restaurada. Não é o caso de Deus mudar, mas sim de que sua ira é desviada (Sl.78:38; 79:8; Em Ex.32:14 o termo arrepender é wayyinnahem, no hebraico, e hilaskomai, no grego, que significa "ser propício". É também usado em Lm.3:42; Dn.9:19; IIRs.24:4. É claro que se trata de linguagem poética, pois há passagens em que se diz que Deus se arrependeu de fazer o bem, como em Jr.18:10, como se o bem fosse causa para arrependimento).
Na expiação Cristo ofereceu‐se pelos os homens, na propiciação Ele ofereceu‐se à Deus (Hb.9:13,14; IPe.3:18). A expiação extingue o pecado (a inimizade contra Deus), a propiciação extingue a penalidade do pecado (a ira de Deus) que é desviado para a cruz de Cristo (Rm.3;25; Rm.1:18,24,26).

19.Renovação: É a operação graciosa de Deus que inclui todos aqueles processos de forças espirituais subsequentes ao novo nascimento e decorrentes dele (Sl.51:10;103:5; Is.40:31;41:1; Cl.3:10).

20. Glorificação ou Ressurreição: É a operação divina pela qual o crente regenerado há de ressuscitar corporalmente, tendo seu corpo abatido, transformado à semelhança do corpo glorioso do Senhor Jesus (Fp.3:21; ITs.4:13‐17; IJo.3:2).

Conclusão: não foram apresentados todos os aspectos envolvidos em cada um dos 20 itens aqui descritos. O assunto é vasto e interminável, na teologia sistemática, principalmente na soteriologia, por isso apresentei um resumo do que considerei mais importante sobre o assunto. Outros aspectos poderão ser encontrados por um.


FAETAD‐SP Faculdade de Educação Teológica das Assembléias de Deus em São Paulo

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